Buerarema Macuco Jequitibá (Ramon Vane)

                                                                                                                  
Vem de longe o amor por esta minha terra natal
Auroras barulhentas qual eco ressoa da gigante fauna e flora tropical
Flor d’água- baronesas impermeáveis
Formidáveis bandos de pássaro suruco
Grande era o verde a memória resgataria
De uma pousada ao Arraial de Macuco
Sol vermelho de algum crepúsculo
Daria adeus a paz do pau-brasil cerejeira jacarandá ipê peroba do campo
angico jequitibá. Nossa Senhora Sant’Ana vai ajudar
Primeira santa padroeira no centro
Quem viu?Quem falou?
Tanta gente que por aqui chegou:
Nordestinos sergipano alagoano e espanhol
E, Plíno Feliciano da rocha
O maior desbravador
O Arraial tinha tanto macuco
Que um príncipe lendário desenhando a América ficou maluco deliberou sua extinção
O Arraial virou Vila e a Vila virou cidade
 Eu cheguei junto com ela
Ainda ouvi os cantos de papagaios, cuiubinhas, periquitos, araçais, corujas fogo-pagou, passo preto, chupa-lima, gurinho, sanhaço, nuvens coloridas, sinfonia no espaço
Adeus macuquinhos cinzas, macaquinhos juparás, adeus araquãs
Velhas tardes, belas manhãs!
Até as cobras, teiús, sapos e rãs!
Cardumes de tilápias, berés, tucunarés!
Cuidado passarinho que a fome é vã!
Tanta árvore cheirando a alho
Já cobria cacauais
E na cidade invadiu uma praga de pardais
A Vila perdeu o nome do pássaro
Macuco é o rio que padece numa banda da cidade
Nome indígena?Buerarema!
Das lembranças cálidas
Sob os pés de uma imensa falecida árvore milenar
Símbolo pátrio está no emblema
Fazendo de agora em diante rimar:
Buerarema macuco jequitibá!
(...)

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